sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Mestre Chiquinho: o barbeiro que fez Lampião baixar a cabeça...

... mas para fazer o cabelo, é bom que se diga, pois de outra forma o famoso cangaceiro jamais baixaria a cabeça para alguém.

Quando Lampião esteve em Juazeiro, em 6 de março de 1926, para se alistar no Batalhão Patriótico e receber a patente de Capitão, prometida por Dr. Floro Bartholomeu da Costa, o barbeiro Mestre Chiquinho foi convidado para cortar o cabelo da tropa. Ele passou um dia todo trabalhando. Quando terminou, Lampião disse que não podia pagar, pois estava sem dinheiro. Acertou então mandar depois, e Mestre Chiquinho confiou. Lampião saiu de Juazeiro e poucos dias depois remeteu o valor acertado – dez mil réis – acrescido de uma gorjeta. Mestre Chiquinho cujo nome de batismo é Francisco Vicente da Silva Cavalcante foi barbeiro do Padre Cícero. Era imbatível jogador de damas e pessoa muito simpática e querida em Juazeiro do Norte. Sua barbearia era muito frequentada, tendo o tabuleiro do jogo de damas como grande atrativo. Era natural da cidade de Caruaru (PE) e ainda era jovem quando veio para Juazeiro. Mestre Chico, como também era chamado, foi sacristão da Capela de Nossa Senhora das Dores, ajudou Padre Cícero nas missas e novenas e tinha ainda a missão de acender os lampiões do pátio da referida Capela. Morreu com 76 anos de idade. Seus filhos até hoje guardam com muito carinho a cadeira de barbeiro com a qual o saudoso Mestre Chico tirou os recursos necessários para sustentar a família numerosa

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